3. Os novos amigos
-Cristiane? Você está bem? Porque está toda pensativa? – nossa agora sim ela devia não estar entendendo mais nada, apesar de tudo ela sabia que eu era daquele jeito, quando queria fazer uma pergunta sempre fazia duas ou mais de uma só vez.
-Calma Maria Eduarda eu estou bem, só estava pensando aqui, porque esses novos amigos não chegaram ainda, já são de duas horas.
Não estava entendendo mais nada, porque ela estava tão preocupada se eles chegaram ou ainda não.
-Ai, Cris eles já estão chegando! – eu que tinha que acalmar ela.
-Como é que você pode ter tanta certeza?
É ela não estava muito bem, porque ela queria saber tudo sobre eles, eu não estava entendendo mais nada e eu queria entender porque ela sempre me contava tudo e justo hoje ela não queria falar nada sobre esse assunto.
-Ai, Cris dá pra parar de perguntar tudo sobre eles? Eu tenho certeza porque eles nesse exato momento estão atravessando a rua.
Quando eu acabei de falar a campainha tocou e a Cris pulou do sofá, de repente meu pai saiu da cozinha resmungando, só que não deu para ouvir porque ele estava falando baixo de mais e foi abrir a porta para os nossos novos amigos.
Eu fui para a cozinha para tentar ajudar a minha mãe em qualquer coisa que ela precisasse e a Cris também não ficou para trás e me acompanhou colocando a mão no meu ombro.
-Maria Eduarda!- minha mãe estava gritando ao me chamar e logo em seguida... – Ah, não precisa mais não já arrumei.
-Arrumou o que? – não estávamos entendendo nada muito menos a Cris por isso nós duas falamos juntas.
-A caixa de cerveja do seu pai, não estava conseguindo mais já consegui.
Quando minha mãe parou de falar a Cris pulou atrás de mim e eu e a minha mãe olhamos para ela, quando eu virei à cabeça eu vi o Caio, seu pai, sua mãe e sua irmã mais nova. Só que essa irmã foi uma surpresa para mim porque eu pensava que ele era filho unigênito igual a mim.
-Duda, Anna, Cris, esses são a família Pietro, meus novos amigos e gostaria de apresentá-los a vocês aproveitando que estão todos aqui na cozinha.
-Bom, vamos lá. Vou começar pelo Caio. – e foi apontando para ele e chegando mais perto de mim, abaixei minha cabeça para meu pai não ver que eu estava rindo da situação, sendo apresentada novamente para o Caio como fosse se eu não o conhecesse isso me fez rir mais ainda. –Caio, essa é a minha única filha, Maria Eduarda, ou só Duda mesmo ela prefere. – levantei a cabeça e de repente ele foi me dando um beijo na bochecha, como forma de me cumprimentar eu também dei um de volta para não deixá-lo sem graça. Olhei para o meu pai e ele estava pasmo com isso, porque ele nunca me tinha visto fazendo isso na sua frente.
-Olá, Caio. É bom te conhecer. – dei uma risadinha e ele foi cumprimentar a minha mãe do mesmo jeito e meu pai disse a mesma coisa, só que quando chegou à Cris foi diferente e ninguém estava entendendo.
-Você?- de repente os dois falaram juntos e a mesma coisa. – o que você está fazendo aqui? Eu prometi que não iria mais atrás de você e é você que vem atrás de mim agora?- o que o Caio estava falando todos olharam para ele quando ele acabou de falar.
-Espera aí, vocês tiveram um romance ou é impressão minha?
A Cris olhou para mim com olhar de ódio, parecia que eu tinha falando coisas de mais que ninguém poderia saber e depois disse.
-É, nós tivemos um romance sim, só que faz tempo, quando ele vinha aqui para visitar a avó dele, depois ele parou de vir e a gente parou de namorar.- quando ela falou namorar eu dei pulo para trás e quase pisei no pé da minha mãe.
-Vocês estavam namorando? Cris, você não me falou nada? Nossa, que melhor amiga que você é, eu te conto tudo e você não me conta nada. - de repente minha cara estava branca de tanta raiva só que eu não podia brigar com ela agora depois desse susto que todos nós tomamos.
Depois disso, meu pai apresentou a mãe dele que se chamava Helena, era uma mulher alta, bonita, cabelos castanhos, olhos azuis. Depois dela foi a vez do seu marido, ele se chamava Marcus, era um homem forte com muitos músculos, alto, cabelos pretos e olhos verdes. E veio a menininha que se chamava Lara que era a irmã caçula do Caio, ela era baixinha, com olhos verdes, igual a do pai e cabelos pretos. O Caio era muito parecido com a mãe Helena e a Lara era muito parecido com o pai Marcus.
Depois todos nós fomos para o quintal, porque o churrasco seria lá e eu estava morrendo de calor então eu seria a primeira a entrar na piscina. Mas, antes de entrar eu queria conversar com a Cris sobre o que tinha ocorrido quando ela foi cumprimentar o Caio.
-Cris, vem cá um pouquinho só. – eu não falava muito alto, todos podiam ouvir, mas ninguém prestou atenção.
- O que foi Duda?- ela estava um pouco zangada, só que quando percebeu que eu tinha percebido o tom dela melhorou e falou normal.
-Por que você nunca me contou que tinha namorado o Caio? Eu te conto tudo e você nesses momentos não me conta nada, até parece que eu saio contando para todo mundo. Vai-me conta logo como isso aconteceu?
-Foi o seguinte, quando o Caio vinha visitar sua avó ela morava perto da minha casa, aí eu ficava o observando e um dia ele puxou papo falando que eu era muito bonita e esse tipo de coisas e assim a gente acabou ficando e resolvemos namorar só que ele tinha uma namorada na cidade onde ele morava, e eu não gostava disso, eu era a “outra”, o que eu quero dizer é que eu era a amante dele e eu não gostava nada disso e aí nós concordamos em nunca nos vermos e depois de uns dois dias depois de nós concordarmos meu pai arrumou uma casa maior pra gente morar, porque aquela casa não ia suportar a chegada da minha irmã mais nova não cabiam duas filhas lá, então ele arrumou aquela casa que eu to morando até hoje. – eu podia sentir que ela estava sendo sincera ao contar tudo e eu estava ficando feliz ela finalmente estava me contando o que havia acontecido quando mencionei o nome do Caio. – e assim nunca mais o vi e agora ele mudou para cá de uma vez e pelo jeito largou a namorada dele lá. E agora ele mora bem em frente a sua casa e eu não achei nada bom, porque eu sempre venho aqui e agora vou ver ele.
- Nossa, sua história foi comovente, mais tudo bem, eu te entendo. Mas sabe, eu estou com muito calor e eu quero nadar se você quiser me acompanhar vamos logo.
E assim, ela veio porque eu tenho certeza que ela também estava com calor. Fomos sós nadarmos e depois a Lara também entrou só que não quis ficar perto da gente ficou um pouco afastada. Estava tão entretida jogando a bola uma para a outra que não ouvi meu pai chamar a Cris e assim eu o ouvi gritando o nome dela e aquilo me assustou e ela saiu da piscina rápida porque ela só tinha ouvido na hora do grito também. Depois de uns poucos minutos ela começou a cochichar no meu ouvido.
-Ai, Duda, me desculpe mas é que meu pai pediu para mim não dormir aqui hoje porque os meus avós de Belo Horizonte estão ai, eles vieram sem avisar e agora meu pai está querendo ir passar o natal na praia, já que a casa irá estar vazia vamos para lá hoje a noite,vamos um pouco antes para não pegar muito congestionamento, você sabe como é. – enquanto ela falava os seus olhos brilhavam de alegria e satisfação. – Bom, então eu vou ter que ir para arrumar a mala porque vamos sair daqui depois das sete horas da noite, não vai dar para contar tudo porque se não meu pai me mata, olha vou lá ao seu quarto trocar de roupa e depois já estou indo nem vou passar aqui então até não sei quando, é que meu pai está pensando em passar o ano novo e as férias também, já que a casa lá da praia é nossa, podemos ficar o tempo que quisermos. Então tchau e eu te ligo quando voltarmos. Tchau gente foi muito conhecer vocês. Tchau Dona Anna e Sr. Roberto.
E assim ela entrou na casa e não voltou mais ela já devia ter ido embora porque a felicidade dela não se compara ao de ninguém nessa festa, principalmente a minha, agora eu não teria ninguém para conversar a não ser o Caio, mas ele era homem e eu também não gostava muito dele, só falava com ele quando precisava. Então resolvi sair da piscina agora ela estava chata, porque não tinha ninguém para eu jogar a minha bola a não ser a Lara, mas ela parecia muito metida para o meu gosto. Sentei na cadeira onde estava a minha bolsa e fiquei lá, tomando um pouco de sol, como eu adorava fazer. De repente ouvi uma voz bem no meu ouvido.
-Cuidado, algum vizinho pode ficar louco vendo sua vizinha tomando sol. – só ele para me fazer rir e aí soltei um risinho que só ele e eu pudemos ouvir. – Não é mesmo?
-Ué, não sei. Só você nesse momento pode responder a essa pergunta e então qual a resposta?
-A resposta é que é verdade sim. E por isso queria conversar com vocês a sós. – e assim que ele parou de falar olhei em volta e todos estavam olhando para nós e eu nem tinha percebido e quando percebi estava vermelha e pegando fogo, dava para sentir. E eu também não tinha resposta para isso, porque eu não queria trair a minha amiga quando ela contava aquela história dela, dava para perceber que ela ainda gostava dele, mas conversar com ele não seria nada de mais.
-Está eu vou falar com você. Mas não quero ninguém vendo porque eles já estão pensando outra coisa e a gente só vai conversar.
Então saímos do quintal e eu não sabia onde ele queria falar comigo, porque eu estava totalmente perdida na minha própria casa.
-Aonde você quer conversar comigo, porque eu não faço a mínima idéia.
- Bom, seria bom lá em cima, porque aqui todo mundo pode vir aqui na cozinha e escutar e acredite-os estão morrendo de vontade de saber o que a gente irá conversar.
-Então está bom. Vamos.
E assim, eu puxei ele pela mão só que na hora que eu percebi tirei logo e ele deu uma risadinha só que fingi que não ouvi. Subimos e fui para a sala do segundo andar, sentei no sofá e esperei ele sentar também só que ele ficou olhando para a janela.
-A minha janela não tem nada. – e dei uma risadinha. – o que ela tem tão importante?
-Nada, mas é que eu vou ter que fechar ela, porque se não eles podem ouvir.
-Então vá em frente.
Ele foi lá fechou e sentou embaixo dela no chão, pensando como dizer ou fazer.
-Eu não sei como dizer isso, é que é muito complicado e talvez você pode nunca mais querer olhar em mim.
Estava mais complicado do que eu imaginava, ele era tão lindo que mesmo aflito ele continuava maravilhoso.
-Pode falar, acho que estou preparada.
E enquanto ele pensava havia lembrado umas noites anteriores, acordei e vi o seu rosto no quarto, seu rosto e seu corpo, ele mesmo estava no meu quarto, mas isso era só um sonho e eu não tinha que me importar com isso. Fique esperando ele ter coragem para falar já que isso era tão importante para ele, porque não esperar e talvez fosse importante para mim também.
-É meio complicado se você não entender eu explico depois. Vamos dizer que eu tenho alguns poderes que ninguém nunca pensou que alguém fosse ter e esse alguém é seu vizinho- ele soltou uma risadinha, mas depois continuou- É o seguinte primeiro eu não durmo como todo mundo, eu não tenho esse dom de dormir então enquanto você dorme fico aqui te vigiando, ou melhor, vendo seu sono profundo e gostoso de olhar e também leio pensamentos só que nessa hora temos um pequeno problema, não consigo ler o seu pensamento, nem da sua mãe e muito menos do seu pai. Bom, essa é a minha história está assustada? Ah e tem mais uma coisa você é a única que sabe a não ser da minha família e não comente isso com ninguém muito menos com a Cris. Se ela souber ela pode me matar. – e soltou uma risadinha.
-Nossa, que história, bem que eu te achava muito esquisito. E o que o sol tem haver?
- Eu não posso ficar muito no sol, o máximo que posso ficar é de umas quatro horas por semana.
-Meu deus, você tem uma história e tanto, mas pode ter certeza que de mim não sai e eu fico muito, mas muito feliz de você ter contado para mim. É você é legal e... – pensei muito bem antes de falar, mas eu tinha que falar para ele saber que ele era um bom amigo que eu podia contar. – e você é um bom amigo, é bom saber que posso contar com você.
Quando eu acabava de falar, ele sentou do meu lado no sofá e foi chegando mais perto, achei normal.
- Ah, e você acha que eu contei isso para você só porque eu acho que você é só uma amiga?
-Claro, porque você contaria isso para mim, só porque eu sou sua única amiga na cidade, por enquanto, porque na hora que você começar a sair, irá arrumar muitos amigos, disso eu tenho certeza.
- Já que você acha isso, tudo bem.
E assim ele foi chegando mais perto e quando eu consegui raciocinar seus lábios estavam no meu e assim estávamos beijando. Quando ele se afastou tive que tomar um pouco de ar, porque não estava conseguindo respirar.
Ele olhou bem no meu olho e disse.
-Bom, temos que voltar lá para o churrasco porque se não daqui a pouco vamos ter que começar a explicar tudo o que aconteceu aqui e eu não estou nem um pouco com vontade, porque ninguém da minha família sabe sobre o que eu vim falar para você e eles estão muito desconfiados porque eu conto tudo o que eu vou fazer, menos isso que eu fiz hoje com você e o meu namoro com a Cristiane, porque eles gostavam muito da minha namorada quando eu estava namorando ela aqui. Então se eu contasse talvez eu nunca viesse aqui mais e eu gostava de vir aqui, por isso dei a idéia para o meu pai mudar para cá, ele queria sair lá de São Paulo e morar numa cidade pequena e daí surgiu a idéia de virmos para cá.
-Está, tudo bem... Vamos lá se não vai ser a mesma coisa comigo e a minha mãe.
Descemos as escadas e quando chegamos no quintal minha mãe já foi me puxando para ficar sabendo de tudo e como eu não podia e não queria. Tirei a mão dela do meu braço.
-Ai, mãe, agora não estou com vontade de falar sobre isso e já estou indo comer porque eu não comi até agora e depois vou dar um pulo na água, nossa, como esquentou de uma hora para a outra- quando acabei de falar, dei uma olhadela para o Caio e ele estava rindo e entendendo porque eu havia falado daquele jeito e depois ele piscou para mim e dei outra piscadela.
Não queria conversar mais com ninguém depois do que havia acontecido e apesar disso, parecia que todos queriam vir falar comigo. Quando consegui concluir isso fui desviando de todos a minha volta, desisti de pular na piscina e fui para o meu quarto na sacada, tudo estava muito calmo na rua e na cidade em si e não estava entendendo, porque todo sábado a cidade fica muito movimentada, parecendo àquelas cidades maiores como Ribeirão Preto, só que não chegava muito perto. Quando percebi tinha um braço em volta da minha cintura e não estava conseguindo adivinhar de quem era até que eu ouvi aquela voz suave que eu nunca ia confundir.
-Prefiro mais a vista da praia, com aquele por do sol, muito lindo, quando eu falo até parece que eu estou lá vendo, aqui também dá para ver um por do sol maravilhoso.
Eu não conseguia pensar em nada para falar e continuei a olhar aquele por do sol, era mesmo maravilhoso, ele tinha razão.
-Ei, não vai falar nada? Vai-me deixar ficar falando aqui sozinho?
-Claro que não, é que eu estou aqui pensando, nunca tinha reparado nesse por do sol até você falar nele. – eu não estava pensando em nada, mas era verdade o que eu tinha falado. – Até que ele é realmente muito lindo!
De repente, ele também parou de falar e ficou me observando eu observar aquele por do sol, mais maravilhoso que eu já tinha visto aqui na cidade.
Eu estava muito concentrada e assim ele começou a beijar a minha bochecha. E pulei de susto, o fazendoele rir de mim.
-Não é pra rir, eu estava toda concentrada aqui e você começa a me beijar do nada, já pensou se alguém visse, da sua família, ou a minha, ou talvez alguém na rua fosse contar e fazendo com que toda a cidade ficasse sabendo, aqui é desse jeito, você fica sabendo de uma coisa de repente toda a cidade está sabendo também, impressionante.
-Está tudo bem, não faço isso mais sem pedir sua permissão. – ele falava mais mesmo assim continuava rindo, ele conseguia ser chato de qualquer maneira.
-Sabia que você é muito chato?
-Já me disseram isso algumas vezes, e adivinha quem me falou isso, ex-namoradas.
-Nossa, e o pior é que elas estavam certas, apesar de não conhecer nenhuma delas, retirando uma que é a minha melhor amiga e que te odeia profundamente.
Os melhores amigos!
Há 14 anos